A ação do CEO do Carrefour, Alexandre Bompart, nas redes sociais causou uma reação imediata do governo e de entidades do agro brasileiro. Em carta direcionada ao sindicato rural francês, afirmou que a rede deixará de comprar carne oriunda do Mercosul. A justificativa é de apoiar os produtores do país europeu, preocupados com o acordo do bloco sul-americana com a UE.
"No Carrefour, estamos prontos, qualquer que seja o preço e a quantidade de carne que o Mercosul venha a nos oferecer", declarou o executivo ao final da carta.
Não demorou para que viessem as respostas do Brasil. Em nota, o Ministério da Agricultura rechaçou as declarações de Bompart, mas disse "não acreditar em um movimento orquestrado por parte de empresas francesas visando dificultar a formalização do Acordo Mercosul - UE", debatido na reunião do G20 nesta semana.
Também reafirmou "o compromisso da agropecuária brasileira com a qualidade, sanidade e sustentabilidade dos alimentos produzidos".
A Associação Brasileira e Proteína Animal (ABPA) pontuou em um comunicado que a argumentação do CEO do Carrefour "é claramente utilizada para fins protecionistas, ressonando uma visão errônea de produtores locais contra o necessário equilíbrio de oferta de produtos de seu próprio mercado — o que se faz por meio da complementariedade, com produtos de alta qualidade e que atendam a todos os critérios determinados pelas autoridades sanitárias dos países importadores, como é o caso da proteína brasileira".
Finaliza, afirmando que, ao incentivar o "bloqueio injustificado ", Bompard "coloca os consumidores de suas lojas em uma lógica de consumo com mais emissões e sob maior pressão inflacionária e menor acesso às classes menos favorecidas".
Em meio ao comunicado, produtores da França realizam nova onda de protestos contra o acordo de livre comércio entre os dois blocos.