A jornalista Bruna Oliveira colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Doces característicos da produção agroindustrial do Rio Grande do Sul, a geleia e a chimia estão entre os sabores mais tradicionais do paladar gaúcho. Mas qual a diferença entre as duas iguarias?
A distinção está no processo, embora ambas tenham em comum a relação com a produção familiar do Estado, explica o gerente de marketing da Bom Princípio Alimentos, Marcelo Altenhofen.
A diferença é que a geleia é feita com o suco da fruta, por isso tem a sua consistência mais líquida. Já a chimia é elaborada com a polpa, por isso é mais viscosa. Também por isso, a chimia é considerada mais nutritiva, por conter pedaços dos frutos.
Altenhofen lembra que, culturalmente, a chimia é mais difundida no Rio Grande do Sul por uma influência da colonização alemã. Os doces são tradicionais do café da manhã ao lanche da tarde, e na Expointer, por exemplo, estão entre os produtos mais vendidos. No sábado (31), o RS celebrou o Dia Estadual da Chimia.
A chimia de uva foi o primeiro produto desenvolvido pela Bom Princípio, há quase 30 anos. Até hoje, é o sabor mais vendido da marca. São 12 tipos ao todo no catálogo. A fabricação prioriza a produção rural do Estado. Mais de mil famílias gaúchas fornecem a matéria-prima para a indústria, que a processa em novos produtos.
— É uma maneira de fomentar a agricultura familiar. Muitos sofreram de maio para cá — lembra Altenhofen.
Em 2023, a Bom Princípio produziu mais de 1,9 mil toneladas de chimia. Para os próximos anos, a expectativa é ampliar mercado, inclusive na exportação.