A jornalista Bruna Oliveira colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Um mapeamento realizado com 33 propriedades rurais de quatro Estados brasileiros mostrou, em números, que o agronegócio pode ser parceiro na mitigação das mudanças climáticas. A partir de uma calculadora de balanço de carbono, o Serviço de Inteligência em Agronegócios (SIA) mapeou mais de 18,8 mil hectares de área produtiva no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso, e verificou a remoção de mais de 17 mil toneladas de CO₂ da atmosfera no período de um ano.
Na prática, isso quer dizer que os locais analisados removeram mais carbono do que emitiram para a atmosfera.
Na avaliação do gerente de Sustentabilidade da SIA, Gustavo Heissler, o balanço positivo mostra que as propriedades que utilizam sistemas produtivos ajustados podem chegar a resultados importantes de balanço de carbono. Iniciativas como integração lavoura e pecuária, manejo adequado e boas práticas, aplicadas nos locais pesquisados, são alguns dos caminhos que levam aos dados mensurados.
— Precisamente, é isso que estamos querendo mostrar. Trazer o agro para o jogo como um parceiro e uma janela de oportunidade para a remoção de gases causadores de efeito estufa — diz Heissler.
A ferramenta de medição, desenvolvida há cerca de quatro anos pela SIA, utiliza metodologias internacionalmente aceitas, com métricas aplicadas às questões regionais. A ideia é que o número de propriedades mapeadas seja ampliado nos próximos anos, para entender melhor a dinâmica das emissões no setor produtivo, adianta Heissler.