Com três unidades produtivas no Rio Grande do Sul — uma ainda fora de operação devido à catástrofe climática —, a Yara Brasil está mobilizada para o processo de recuperação. A empresa de fertilizantes que tem sede na Noruega projeta um investimento de até R$ 2,5 milhões, somadas as ações voltadas aos colaboradores e as externas. Ao mesmo tempo, mantém a estrutura que redirecionou as rotas para manter inalterado o abastecimento do insumo. Presidente da marca no Brasil, Marcelo Altieri entende que a reconstrução é trabalho a ser feito em equipe — empresa, sociedade e governo:
— Estamos consternados com o que aconteceu. Nossa história no Brasil começou no Rio Grande do Sul. A resiliência do povo gaúcho é algo que emociona.
Parte dessa quantia — a meta é R$ 1 milhão — virá de doações coletivas, que podem ser feitas pelos 18 mil trabalhadores que a Yara soma em todo o mundo. O valor acumulado será duplicado pela empresa, com a expectativa de que se chegue a essa cifra. O dinheiro será destinado aos funcionários gaúchos diretamente atingidos pela enchente, para que possam resgatar o que perderam. Dos mais de 2 mil colaboradores que estão no RS, 400 foram afetados direta ou indiretamente. Desses, 210 contabilizam impacto direto, 140 tiveram de sair de casa, 80 acumularam perdas parciais e 52 perderam tudo.
Entre as ações de auxílio já executadas, Altieri enumera pacote financeiro de alimentação, adiantamento do 13º salário, pagamento de licença remunerada, apoio com água e kits de limpeza, além do acesso a cuidados relacionados à saúde física e mental.
Outro R$ 1,5 milhão será doado pela empresa para atendimento humanitário e ajuda, direcionados a instituições com as quais a Yara já trabalha.
Com relação aos fertilizantes, Altieri disse que foi organizada uma logística diferente para a entrega dos produtos frente à paralisação da unidade de Porto Alegre. Atingida pelas águas, a planta segue com a operação suspensa. Uma combinação de modais foi feita: transporte ferroviário, de Rio Grande, onde está outra fábrica, até Cruz Alta, que abriga a terceira unidade em solo gaúcho. De lá, o escoamento seguia pelas rodovias.
— Estamos atendendo todos os nossos clientes via Rio Grande e Cruz Alta, respeitando todas as condições combinadas antes da catástrofe — assegura o presidente da Yara Brasil.