A jornalista Bruna Oliveira colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
O Dia do Fiscal Estadual Agropecuário, celebrado na terça-feira (25), retoma a pauta sobre a valorização da carreira dos profissionais. De acordo com levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a defasagem salarial da categoria que atua no Rio Grande do Sul chega a 62,3% em 10 anos.
O cálculo leva em conta a inflação acumulada de 1 de novembro de 2014 a 30 de abril de 2024 e considera a revisão geral de 6% concedida aos servidores do Poder Executivo em 2022. O reajuste, no entanto, foi "engolido" pelo aumento da alíquota do IPE Saúde e pela perda do poder de compra no período, diz o vice-presidente da Associação dos Fiscais Agropecuários do RS (Afagro), Giuliano Suzin.
Conforme a Afagro, o salário base da categoria é de R$ 3.370,02 desde 2014. O valor é abaixo dos salários mínimos previstos para as profissões dos fiscais. O piso dos engenheiros agrônomos e dos engenheiros florestais, por exemplo, é R$ 12.002, enquanto o dos médicos veterinários é R$ 17.650.
A mobilização dos fiscais agropecuários por valorização das carreiras é antiga e de nível federal. Em abril deste ano, uma campanha foi lançada para falar sobre a rotina da categoria. O objetivo era sensibilizar sobre a importância dos profissionais na inspeção de produtos.
No mesmo mês, mais de 300 auditores fiscais federais abriram mão de seus cargos de confiança após publicação de portaria do governo federal que reduzia o prazo de emissão de certificado internacional para produtos de origem animal.