A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Cena que virou símbolo nesta semana da resistência gaúcha frente à tragédia climática no Estado, o cavalo Caramelo em cima do telhado agora ganha cor também em um quadro. Feita pelo artista plástico argentino José Acuña, a obra será leiloada, junto à boina do Matteus, do Big Brother Brasil, e outros utensílios da lida campeira, no #LevantaRioGrande do Martelo Solidário, que ocorre na próxima segunda-feira (13), a partir das 19h.
A ideia, organizada por oito leiloeiros de cavalo crioulo do Rio Grande do Sul, é arrecadar renda para doar a municípios afetados pelas enchentes, na forma de kits de higiene, roupas e água. De acordo com Fábio Crespo, presidente do Sindicato dos Leiloeiros Rurais e Empresas de Leilão Rural do RS (Sindiler), ter itens como a boina do brother e a pintura do animal são uma forma de "agregar valor" à ação de solidariedade.
Jogadores e clubes de futebol também vêm aderindo à causa. Uma camiseta do Santos, autografada pelo eterno Rei Pelé, também foi doada para o evento.
Para Acuña, é uma forma de ajudar, por meio de um pincel — e pela habilidade das suas mãos:
— Ver essa resistência e essa vontade de viver do animal... Acho que ele representa a vontade do povo gaúcho, de existir, de esperança.
Nascido em Corrientes, na Argentina, o artista mora há 16 anos em Porto Alegre, sua "segunda casa". E, desde então, pinta cenários do campo.
Com 50 centímetros de largura e 40 centímetros de altura, a pintura com tinta acrílica e aquarela será leiloada junto a uma poesia do compositor e pecuarista Gujo Teixeira. Abaixo, tem uma "palinha".
A transmissão será feita pelo Lance Rural e Programa Cavalos, sendo ainda retransmitido pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC).
Poesia "Caramelo", de Gujo Teixeira
A alma doce e invencível de um cavalo
Resiste ao tempo, temporal e solidão.
Genuíno ser da campanha
Com terra no coração.
Renasce na dor que sente,
Generoso e mais valente
Feito a alma do meu povo.
Um Pegasus, sem ter asas
Voltando à terra de novo…