A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.

Eles estão de volta. A Argentina declarou nesta semana um alerta fitossanitário contra gafanhotos. O anúncio dos hermanos foi feito por meio do Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa), após o país detectar a proliferação de insetos na região Norte.
A medida, no entanto, é apenas preventiva e busca controlar e reduzir o impacto na produção agrícola argentina. É que, segundo o coordenador-geral de Contingências e Emergências do Senasa, Héctor Medina, ainda não existe a formação de nuvens migratórias. O momento, portanto, é de tratamentos fitossanitários.
— Mas há condições para que isso (a formação de nuvens migratórias) ocorra no curto prazo, razão pela qual é necessário agir de forma rápida e eficiente para conter a peste — ponderou.
No Rio Grande do Sul, não há risco, por enquanto, da aproximação dos insetos. O último caso ocorreu em 2020, quando uma nuvem migratória na Argentina chegou a pouco mais de 100 quilômetros da fronteira com o Estado.
— De momento, não tem nenhum risco. Mas, claro, seguimos acompanhando — afirmou Ricardo Felicetti, diretor do Departamento de Defesa Vegetal da Secretaria da Agricultura do Estado.
Na Argentina, o crescimento do número de insetos foi detectado em regiões como Formosa, Salta, Santiago del Estero e Catamarca. A Bolívia e o Paraguai também registraram a presença de gafanhotos nas últimas semanas.
Os gafanhotos
- O gafanhoto sul-americano (Schistocerca americana) é uma espécie nativa do continente e tem como habitat a Região do Chaco, na tríplice fronteira entre Argentina, Paraguai e Bolívia
- Quando formam nuvens migratórias, os insetos se deslocam aproveitando correntes de ar quente, chegando a percorrer mais de 150 quilômetros por dia. Por isso, a possibilidade de volta do La Niña no segundo semestre acende alerta sobre a praga
- Em junho de 2020, nuvens de gafanhotos percorreram o país
- Segundo análise do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), a produção agrícola sujeita a risco de gafanhotos na Argentina chega a 3,7 bilhões de dólares