O jornalista Danton Boatini Júnior colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
O Rio Grande do Sul semeou 900,2 mil hectares de arroz na safra 2023/2024. O número, apresentado nesta quarta-feira (21) pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), ficou um pouco abaixo da previsão inicial, que era de 902,4 mil hectares. Ainda assim, houve um acréscimo de 7,17% em relação à safra anterior.
O crescimento da área se dá num momento de valorização dos preços pagos pelo cereal. O valor da saca de 50 quilos chegou a R$ 131,44 nos primeiros dias de janeiro. Depois voltou a cair, mas segue acima de R$ 100.
Houve crescimento de área plantada em todas as seis regiões produtoras, com destaque para a Sul, onde o cultivo teve alta de 12,16%. Segundo a diretora técnica do Irga, Flávia Tomita, a área plantada acabou ficando menor do que o previsto inicialmente em razão de problemas climáticos durante a semeadura.
O Irga não calcula a estimativa de produção, mas Flávia considera que não há risco de o produtor “inundar o mercado de arroz”, nem de desabastecimento. A colheita deve se intensificar durante a segunda quinzena de março, porém haverá atrasos em razão de problemas no plantio.
Outro número que chama a atenção é a queda de 16,55% da área semeada de soja em terras baixas – são 422,1 mil hectares. Na avaliação de Flávia, trata-se de uma redução pontual, influenciada pelo clima, que não deve interromper a tendência recente de plantio da oleaginosa nestas regiões.
— A soja é bem mais suscetível ao excesso hídrico do que o arroz. Nas áreas em que havia risco de inundação o produtor desistiu da soja — explica a diretora técnica.
O levantamento foi apresentado no primeiro dia da 34ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas, que segue até sexta-feira (23) na Estação Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão.