O jornalista Fernando Soares colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
A alta do dólar tem segurado o preço do trigo em um dos maiores patamares já vistos no Rio Grande do Sul nos últimos anos. Em março de 2020, a tonelada do cereal gaúcho estava avaliada em US$ 172, o equivalente a R$ 895 na cotação do período, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo). Em igual período de 2019, a mesma tonelada valia US$ 219 ou R$ 816. Isso significa que, enquanto houve queda de 21,5% no preço dolarizado, a cotação em real avançou 9,7%.
A continuidade da trajetória de valorização da moeda norte-americana, que fechou em R$ 5,84 na sexta-feira, traz boas perspectivas para o produtor gaúcho, que começa a preparar a safra deste ano.
- O mercado interno está à procura de produtores, até porque a importação está ficando muito cara. E a venda do trigo poderá ser uma oportunidade para o agricultor se recuperar das perdas na safra de verão - constata Tarcísio Minetto, coordenador da Câmara Setorial do Trigo da Secretaria Estadual da Agricultura.
No Estado, a semeadura começou neste mês e se estenderá até julho. A perspectiva é de que a área cultivada cresça pela terceira safra consecutiva. As projeções mais otimistas indicam expansão de até 20% em relação aos 760 mil hectares plantados em 2019.