O jornalista Fernando Soares colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Após exportarem o maior volume de carne bovina da história em 2019, no embalo da demanda vinda da China, os frigoríficos brasileiros ganharam novo impulso aos negócios internacionais neste ano.
Na última sexta-feira (21), o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e o Serviço de Inspeção e Inocuidade Alimentar (FSIS) comunicaram ao Ministério da Agricultura que o Brasil poderá voltar a vender carne in natura para os Estados Unidos.
Aberto em junho de 2016, o mercado acabou fechado um ano depois, quando foram detectados abscessos (acúmulo de pus) em produtos brasileiros. O fim do embargo é comemorado pelo presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Antônio Camardelli.
— Nossa experiência com os Estados Unidos havia sido curta. Agora, vamos voltar a conhecer esse mercado. O Brasil não vai ser fornecedor de cortes especiais, mas sim de matéria-prima para indústrias que produzem hambúrgueres — explica.
Ao todo, 15 plantas estavam habilitadas para vender carne bovina in natura aos americanos no momento da suspensão, sendo uma no Rio Grande do Sul. Segundo Camardelli, a expectativa é de que os frigoríficos retomem os embarques da proteína animal a partir de março. A Abiec ainda aguarda orientações para a habilitação de novas unidades.
Em 2017, antes de impor restrições aos negócios, os Estados Unidos respondiam por 5% das exportações do Brasil de carne bovina in natura. No primeiro semestre daquele ano, os embarques totalizaram US$ 56,3 milhões, segundo o Ministério da Economia.