A pouco mais de um mês do início do verão, agricultores familiares do Estado de pelo menos 30 municípios estão com dificuldade de encontrar protetor solar por meio do programa Saúde na Pele, coordenado pela Secretaria da Saúde. Nesses locais, o produto fornecido gratuitamente está em falta, aponta levantamento da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS).
– Mais uma vez, estamos chegando no auge do calor. Se o Estado não fizer a compra nos próximos 30 dias, o número de municípios sem o protetor deve aumentar – observa Lérida Pivoto Pavanelo, coordenadora estadual de mulheres da Fetag-RS.
A falta do produto é verificada em diversos pontos, em municípios como Rio Pardo, Vera Cruz, Sinimbu, na região do Alto Jacuí e de Passo Fundo, por exemplo. Lérida também diz que, em muitos locais, está sendo exigido um recadastramento dos agricultores para fazer a entrega, "diferentemente do que havia sido acordado com a secretaria".
– Temos de estar atentos para não faltar o produto justamente agora, nos meses de verão – reforça o deputado da base governista Elton Weber (PSB), que solicitou reunião com o titular da Saúde, João Gabbardo.
O encontro foi agendado para a próxima terça-feira. O programa Saúde na Pele foi implementado em 2014, a partir de lei regulamentada em 2013. Prevê a distribuição de um frasco de protetor solar a cada quatro meses para produtores que apresentarem a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP). Cerca de 300 mil unidades já foram distribuídas a cem mil produtores. O objetivo é garantir a proteção dos agricultores, que trabalham a céu aberto, evitando problemas decorrentes da exposição prolongada ao sol.
Por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria da Saúde informou que, na próxima semana, a empresa que fornece o protetor solar iniciará a entrega nas coordenadorias regionais de saúde, "em quantidade suficiente para atender à demanda dos agricultores cadastrados". O produto, segundo a pasta, não está em falta, "existem situações pontuais".