Referência nacional como a terra do churrasco e da carne de qualidade, o Estado faz nova tentativa de organizar o setor de carne bovina com o projeto do Observatório Gaúcho da Carne. Lançado neste domingo na Expointer, é apontado como o primeiro passo para a criação de agência focada na promoção do produto made in Rio Grande do Sul. Serão seis meses de compilação de dados oficiais do segmento. Uma vez apuradas, essas informações serão disponibilizadas em um site e poderão ser acessadas nas mais diferentes plataformas digitais.
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– Nesse primeiro momento, vamos trabalhar o big data da pecuária, unindo dados coletados em diversas formas e conectando-os a outras informações. Teremos uma padronização e maior transparência dos dados. O setor quer se conhecer – explica a médica veterinário e pecuarista Andréa Veríssimo, que tem no currículo, entre outras atividades, o projeto Brazilian Beef, de promoção à carne brasileira no Exterior.
Para marcar a largada no projeto, autoridades cortaram a picanha fundamental, em alusão à pedra fundamental que costuma ser erguida no início de construções. Para o secretário da Agricultura, Ernani Polo, o diferencial, agora, é que "todas as entidades relevantes participaram da discussão":
– O Estado será apenas o intermediador, fornecendo os dados. Mas tanto o observatório quanto a agência serão coordenados pelo setor privado.
Vencida a etapa de coleta de dados, o segundo momento será o de normatização. E o terceiro, de promoção. Dentro dessa proposta de modernização da pecuária, o Estado passaria a ter selo de identificação da carne produzida aqui. Isso, no entanto, é coisa para mais adiante.
Já houve outras tentativas de dar uniformidade ao setor. Em 2011, foi anunciada a proposta do programa Melhor Carne do Mundo, que previa a criação de um Instituto Gaúcho da Carne. A ideia, no entanto, não vingou. Portanto, mais do que colocar a proposta no fogo, é preciso deixá-la ao ponto de ser servida ao prato do consumidor.