A partir desta semana, começam a ser definidos os detalhes do Plano Safra estadual, que será anunciado até o final deste mês. A Secretaria da Agricultura projeta que o volume a ser liberado para o ciclo 2017/2018 seja, pelo menos, igual ao do ano passado, quando foram colocados à disposição R$ 3 bilhões.
– A ideia é, no mínimo, manter – afirma o titular da pasta, Ernani Polo.
Como as linhas de crédito liberadas são as mesmas do Plano Safra nacional, o papel do pacote estadual seria o de dar maior capilaridade aos financiamentos, por meio dos bancos locais – Banrisul, BRDE e Badesul.
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Banrisul e Badesul não adiantam quanto será liberado para a safra 2017/2018, mas BRDE pretende repetir os R$ 550 milhões ofertados no ano passado, o que pode indicar tendência a ser seguida pelas demais instituições.
Pelo menos três pontos deverão receber atenção especial: crédito para retenção de matrizes (principalmente de ovinos), e linhas para fomento do cultivo de oliveira e de noz-pecã, duas culturas com programas estaduais.
Presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Carlos Joel da Silva entende que, antes de liberar dinheiro para financiamentos, o Estado "tem de botar recursos nas duas secretarias voltadas ao setor primário (a da Agricultura e a do Desenvolvimento Rural)":
– Se não colocar dinheiro nessas pastas, não adianta ter Plano Safra. Os programas para o produtor que existem são pequenos.
O dirigente cita, por exemplo, a dificuldade em receber os valores do Programa Troca-Troca de Milho – o governo subsidia 27% do preço de saca. E também lembra que houve o fim da gratuidade na vacinação dos animais contra a febre aftosa e da subvenção para os médios e grandes produtores no Mais Água, Mais Renda.
Secretário do Desenvolvimento Rural em exercício, Iberê de Mesquita Orsi garante que os repasses do programa Troca-Troca estão em dia. O que diminuiu, afirma, foi a demanda:
– No ano passado, foram 210 mil sacas. Neste ano, 180 mil.