Começa nesta segunda-feira, com a Show Rural Coopavel, no Paraná, a temporada de negócios para a indústria de máquinas e implementos agrícolas. Neste ano, o clima volta a ser de otimismo, depois de um 2016 em que as vendas do primeiro semestre foram contaminadas pela crise econômica, pela instabilidade política e pelas incertezas sobre a liberação de recursos. O setor sinalizou ao governo federal a necessidade de R$ 1,5 bilhão extra para a linha do Moderfrota. E a resposta vinda do Ministério da Agricultura é de que, se houver demanda, será possível colocar mais dinheiro no circuito. Se for o sugerido, elevaria para R$ 9 bilhões a quantia disponibilizada – inicialmente, foram R$ 5 bilhões, depois mais R$ 2,5 bilhões.
Com isso, a expectativa para as feiras é grande. Claudio Bier, presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers), estima que os negócios na Expodireto-Cotrijal, que ocorre em Não-Me-Toque de 6 a 10 de março, recuperem as perdas registradas no ano passado, crescendo de 12% a 13%. Isso inclui a comercialização de pivôs para irrigação.
– Nossa expectativa é muito favorável. O ciclo começa com a Show Rural e termina com a Expointer. Na Expodireto, a estimativa é voltar aos patamares de 2013, 2014, com crescimento entre 20% e 25% – projeta Siegfried Kwast, diretor-superintendente da Fockink.
Na área de máquinas, a New Holland trabalha com perspectiva de crescimento de 15% a 20% na comercialização em 2017. Alexandre Blasi, diretor mercado Brasil da marca, lembra que há uma conjunção de fatores positivos no momento: clima estável, dólar mais previsível, preços das commodities em bom patamar e dinheiro disponível para as aquisições. Isso tudo depois de uma virada positiva nos negócios no segundo semestre de 2016 – ante um primeiro semestre ruim, de vendas restritas, afetadas pelo clima político-econômico.
– Além disso, depois do boom de vendas de 2012, 2013, se passaram quatro anos. Já há produtores com necessidade de troca de equipamentos – acrescenta Blasi, que aponta a Show Rural como um termômetro para o setor.
Gerente de vendas da Massey Ferguson, Leonel Oliveira também estima uma sequência de bons negócios, iniciada no segundo semestre do ano passado. Para 2017, projeta de 8% a 10% de crescimento do mercado total de máquinas. E sobre a relevância das feiras, comenta:
– A gente faz uma leitura mais precisa do mercado nos eventos. A fábrica vai, fala com um grande número de clientes.