Na primeira estimativa de intenção de plantio para a próxima safra de trigo apresentada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os números revelam uma projeção que, no campo, já vinha sendo esperada. A área a ser cultivada com o cereal no inverno deve encolher 15,8% em relação ao ano passado, somando apenas 725,2 mil hectares. É o menor espaço em 10 anos, conforme a série histórica da Conab.
– Como é a primeira previsão, é bem provável que o número final não fique nesse patamar – avalia Glauto Melo Lisboa Junior, superintendente regional da Conab no Rio Grande do Sul.
Presidente da Comissão de Trigo da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Hamilton Jardim também aposta em uma área um pouco superior, na faixa entre 800 mil e 850 mil hectares. Um dos fatores que indica a redução, no entanto, vem das sementes. Haveria, segundo o dirigente, uma quantidade suficiente para cultivo de apenas 570 mil hectares.
– No momento, o clima é o único cenário positivo (a ocorrência do La Ninã tende a favorecer o cereal) – reforça Jardim, sobre as perspectivas do produtor, depois de duas safras consecutivas de perdas registradas no Estado.
No levantamento divulgado ontem pela Conab, a safra brasileira de grãos 2015/2016 foi revisada para baixo. Serão 202,39 milhões de toneladas, 2,5% menor do que no ciclo anterior. Para o IBGE, a colheita deste ano deve somar 205,4 milhões de toneladas, 1,9% menor do que a de 2015.