A coloração preta das lavouras evidencia os danos que se consolidam na produção de soja na zona sul do Estado por conta do excesso de umidade. Nesta quarta-feira, representantes das 23 cidades que integram a Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul), Emater e Defesa Civil se reúnem em Pelotas para novo balanço das perdas – por ora, apenas Arroio Grande teve decreto de emergência homologado, mas outros poderão seguir o mesmo caminho. O dado mais recente aponta prejuízo de R$ 196 milhões na regional da Emater de Pelotas, decorrentes, principalmente, da soja. Há também problemas significativos nas hortaliças – o impacto foi de R$ 3 milhões somente no município-sede.
– Todos os dias chove um pouco e o produtor não consegue colocar as máquinas para a colheita. A planta vai ficando preta e apodrece. Quando consegue colher, não tem mais qualidade – observa Ronaldo Maciel, gerente adjunto regional da Emater de Pelotas.
Há relatos de cargas de soja que estão voltando do porto de Rio Grande – ou seja, estão sendo devolvidas por conta da má qualidade.
A área cultivada com o grão nos 22 municípios da regional da Emater soma 319,31 mil hectares – que representam cerca de 6% do total do Estado. A perda média é de 30%, mas há locais em que chega a 60% – caso de Pedro Osório. Em volume financeiro, o maior prejuízo econômico, segundo levantamento da Emater, é Piratini, com R$ 35 milhões.
– Para alguns municípios, a soja é uma base forte. Quando a perda é muito grande, o impacto é igualmente grande na economia – pondera Rui Brizolara, prefeito de Morro Redondo e presidente da Azonasul.