O cenário econômico dos Estados Unidos está um tanto nebuloso. As promessas de Donald Trump, que volta à Casa Branca, são claras, mas não se sabe como serão efetivadas. O país é o segundo maior destino das exportações gaúchas, atrás da China, mas é também um grande concorrente. Economista-chefe da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Antonio da Luz falou dos possíveis impactos no agronegócio em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha.
A política de Trump foi boa para o agro brasileiro?
O Trump levou à presidência aquele personagem "hollywoodiano" e foi bastante combativo nas relações internacionais, com uma série de posturas que foram ótimas para o agronegócio brasileiro. Foi um tempo interessante, porque a Argentina também fez isso. Os erros deles nos ajudaram e cresceu muito nossa participação lá fora. Ele disse que ia erguer um muro e que os mexicanos que pagariam. Isso nos ajudou muito com arroz e carne de frango, abrindo mercados do México. As brigas com a China também nos deram preferência.
E como deve ficar, pelas promessas da campanha de agora?
Não sabemos qual Trump vem, se mais maduro ou não. O que disputou a eleição fez propostas absolutamente protecionistas. Se ele elevar tarifas, especialmente da China, as retaliações são feitas optando por produtos brasileiros. Nos beneficia, se voltar um Trump turrão, dando canelada. Mas se for mais duro só no início, com aumento momentâneo de tarifa para forçar uma relação de comércio mais sólida, podemos ser prejudicados, porque o posicionamento internacional do Brasil é horrível. Não estamos assinando acordos.
Ouça a íntegra da entrevista:
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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