A inflação, que elegeu Donald Trump, é também o seu maior desafio na volta à Casa Branca. Assim como no Brasil, a alta de preços nos Estados Unidos começou ainda na pandemia, com gargalo mundial de produção e logística, que reduziu a oferta, enquanto a demanda subiu com a injeção de dinheiro para evitar um colapso econômico. Só que os norte-americanos não viviam isso há décadas. Depois, também como no Brasil, o Banco Central impôs o remédio amargo da alta do juro para conter a inflação. Ela está, realmente, bem menor do que no início do governo de Joe Biden, tanto que o Federal Reserve começou a reduzir juro. Porém, o consumidor ainda sente gastos, como comida e aluguel, corroendo mais da sua renda.
Eis que Trump, no meio deste descontentamento, promete "consertar os Estados Unidos". Porém, suas promessas são potencialmente inflacionárias, o que torna difícil fechar esta conta. Taxar importações deixa os produtos mais caros para o norte-americano. Cortar impostos para os mais ricos aumenta o déficit fiscal, que já está trilionário, também tornando-se pressão de inflação. Reduzir imigrantes deixará mais difícil preencher vagas de emprego, provocando alta nos salários oferecidos e, portanto, maior repasse de custos aos preços.
Questionados sobre isso, trumpistas respondem que a compensação para evitar a inflação será maior produtividade e crescimento econômico. A conferir como as promessas serão executadas e qual efeito realmente terão.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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