Maior desafio atual do turismo gaúcho, o imbróglio envolvendo a concessão dos cânions de Cambará do Sul ainda não se resolveu. Para buscar esclarecimentos, o Ministério Público Federal (MPF) convocou uma reunião com a concessionária Urbia, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio) e a prefeitura. O encontro foi conduzido pela procuradora Flávia Rigo Nóbrega.
Cada um, novamente, mostrou seu ponto de vista. A concessionária argumentou que não consegue construir as atrações por restrições de regularização fundiária — o mesmo que disse em nota à coluna —, ICMBio respondeu que o contrato sinalizava onde podia construir, a Urbia rebateu.
O prefeito Ivan Borges voltou a apontar os preços altos como motivo de afastamento dos turistas. A empresa novamente culpou as estradas precárias e, mais recentemente, tem citado o excesso de chuvas do segundo trimestre. Borges rebateu que antes da concessão vinham mais turistas mesmo com o acesso desta forma. O governo do Estado já iniciou as obras no trecho.
Ainda na reunião, o MPF chegou a sugerir dividir o preço do ingresso, pois ele abrange dois cânions pelos R$ 102 por pessoa. A Urbia disse que o contrato não permite, mas ICMBio argumentou que autoriza sim.
Enfim, a discussão seguirá. MPF dará continuidade ao assunto em reuniões a partir de janeiro, chamando o governo do Estado, embora a concessão seja federal. Aqui em Tóquio (Japão), onde a coluna acompanha uma missão gaúcha, o secretário estadual do Turismo, Ronaldo Santini, disse que quer entrar no debate, inclusive entende que o Estado deveria participar de um eventual processo como interessado na causa.
Lembrando que a Urbia chegou a pedir para fechar o acesso aos cânions por ter prejuízo com a operação dos parques, o que foi negado pela câmara de arbitragem. Foi autorizada, porém, a suspensão dos investimentos exigidos no contrato. O ICMBio segue analisando a solicitação de reequilíbrio financeiro de contrato, buscando uma saída para baixar o preço do ingresso.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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