A saída mais rápida e barata para retomar os financiamentos imobiliários travados, especialmente na Caixa Econômica Federal, é reduzir a fatia de depósito compulsório. Há a expectativa de que essa possibilidade - solicitada por governo, sistema financeiro e setor imobiliário - avance na gestão de Gabriel Galípolo, que assumirá a presidência do Banco Central no lugar de Roberto Campos Neto.
Como o assunto voltou ao circuito, leitores questionam a coluna sobre o que se trata, chegando a confundir com o fantasma do confisco da poupança. Deixe-me frisar: nada a ver. Hoje, 65% dos recursos depositados na caderneta são, por lei, direcionados ao crédito imobiliário. Outra fatia, 24,5%, são para depósito compulsório, ou seja, o banco precisa reter. O mecanismo é usado para proteger o sistema financeiro, garantindo uma reserva que possa ser usada pelas instituições em caso de emergência.
Dinheiro algum é retido ou retirado do poupador, que, se for sacar, terá acesso tranquilamente ao valor. Ele apenas é direcionado temporariamente para emprestar para quem quer comprar a casa própria ou, no caso da quantia do compulsório, tem exatamente a função de garantir os resgates pelo dono do valor, sendo um "colchão de liquidez".
Em agosto, a soma de depósitos compulsórios estava em R$ 674 bilhões, segundo o Banco Central. Em março de 2020, era de R$ 354,9 bilhões. Na ocasião, a pandemia levou a autoridade monetária a reduzir a exigência, para injetar dinheiro na economia.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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