A enchente provocou um tombo de 26,2% na produção da indústria do Rio Grande do Sul em maio sobre abril. O indicador foi divulgado pelo IBGE nesta sexta-feira (12). Não há dúvidas de que foi a maior queda do país, que teve um recuo médio de apenas 0,9% no mês.
Enquanto as fábricas do Brasil enfrentam o juro alto com a interrupção dos cortes pelo Banco Central, as do Rio Grande do Sul tiveram que paralisar atividades pela enchente. Muitas delas, inclusive, perderam o imóvel, matéria-prima e estoque. As que não foram atingidas diretamente pela água, sofreram com os problemas logísticos que continuam.
Vários setores provocaram o comportamento negativo da indústria gaúcha, como derivados do petróleo; produtos químicos; veículos automotores; alimentos; artefatos de couro, artigos para viagem e calçados; produtos do fumo; máquinas e equipamentos; produtos de metal; metalurgia; e bebidas.
— Para se ter uma ideia, a indústria gaúcha está 34,5% abaixo do seu nível de produção mais alto, obtido em setembro de 2008. Esse é o segundo pior patamar de produção da indústria no Estado, atrás apenas do resultado de abril de 2020 — afirma Bernardo Almeida, analista do IBGE.
A queda na indústria gaúcha de maio veio após três meses de crescimento. Era o início de uma recuperação após um longo período no qual esteve entre os piores resultados do país pela pesquisa do IBGE. O Rio Grande do Sul representa 6,8% da indústria nacional.
O acumulado dos últimos 12 meses traz recuo de 2,7% na produção das fábricas gaúchas. É o pior resultado do país, que registra um avanço de 1,3%.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jaques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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