Presente entre as 20 maiores economias do Rio Grande do Sul, Lajeado tenta se recuperar mais uma vez dos prejuízos causados pela cheia do Rio Taquari, assim como teve que fazê-lo em 2023. A estimativa é de que 800 empresas tenham sido atingidas. Com a maior representatividade no PIB local, o comércio foi o mais impactado. Mas a cidade também tem uma indústria pujante e bastante tradicional na região.
— Na indústria, tivemos menos empresas atingidas, mas o impacto nelas foi muito grave - comentou o presidente da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), Joni Zagonel, em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha.
O empresário conversou com a coluna em um local onde era realizado um mutirão para que empreendedores relatem suas perdas. Por enquanto, apenas 300 o fizeram. O diagnóstico é feito em parceria com o Sebrae-RS e a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômica. A pesquisa servirá de base para a reconstrução.
Aliás, Zagonel concorda que as construtoras, segmento no qual atua como empresário, terão papel essencial na retomada. Até mesmo porque os empreendimentos precisam que o cidadão sinta-se seguro para comprar um imóvel no município.
— É o grande desafio de todo o Estado. Temos operações na Serra, que sofreu com o impacto do turismo. Temos realidades distintas, mas um ambiente propício ao crescimento. É para isso que vamos trabalhar. A carência é por moradias melhores e seguras, e a construção civil vai atuar para atender bem às pessoas.
Evasão de trabalhadores
O presidente da Acil, Joni Zagonel, também comentou a polêmica sobre a busca de empresas de outras regiões por trabalhadores atingidos pela enchente. Ainda que entenda a situação das pessoas, ele reforça o pedido para que os investimentos sejam feitos em Lajeado e nos municípios vizinhos.
— Não podemos fazer juízo de valor sobre quem não tem um lar para retornar. Mas, como região, nós defendemos que a maior ajuda é o investimento aqui. Precisamos de empreendimentos para gerar emprego e renda. Nosso vale sempre foi uma região próspera e apta a bons negócios, com localização estratégica. Esperamos seguir assim. O nosso projeto se chama "Vale do Taquari, o nosso futuro é aqui" — concluiu.
Colaborou Rafael Ramos
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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