Se tem um varejo que melhorou as vendas nos últimos meses, é o de free shops. O principal motivo, disparado, foi a queda do dólar. Só no primeiro semestre, a cotação recuou 9,27%, fechando junho em R$ 4,78. No pior da turbulência da pandemia, a moeda chegou a rondar os R$ 6.
Despachante aduaneiro e empresário do segmento de comércio exterior, Oscar Bentancourt conta que as vendas aumentaram até 30% nos free shops terrestres brasileiros em relação ao início do ano. A perspectiva é de que a movimentação de clientes aumente no segundo semestre, devido à melhora geral do cenário econômico.
Também trará mudanças aos free shops a portaria publicada pelo governo federal no Diário Oficial da União que aumenta de dois para cinco anos o prazo para a mercadoria ficar na loja para ser vendida sem os impostos. Era um pleito do deputado Frederico Antunes, que preside a frente parlamentar do assunto e é de Uruguaiana, cidade de fronteira considerada capital dos free shops. Com mais segurança de que não terá o custo de devolvê-lo ao fabricante, os lojistas oferecerão produtos mais caros, como eletrodomésticos e eletrônicos. Hoje, as lojas francas são mais conhecidas pelas bebidas, alimentos, perfumes e roupas.
- Devem ampliar mix de mercadorias que não têm venda imediata, com mais produtos duráveis, como televisores e computadores. Entra em vigor em 1º de agosto e, em 30 dias, as lojas já terão uma nova cara - comenta Oscar Bentancourt.
No país, são 33 municípios que podem ter essas lojas francas, sendo 11 aqui no Rio Grande do Sul. A cota para o consumidor ter direito à isenção do imposto é de US$ 500. A venda não pode ser online para não concorrer com o restante do varejo. Em Uruguaiana, as lojas já venderam US$ 11 milhões em 2023.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
Leia aqui outras notícias da coluna