A alta da taxa de desemprego no primeiro trimestre do Rio Grande do Sul traz alertas. Não foi apenas o movimento sazonal que acontece em início de ano, quando são fechadas vagas temporárias abertas para o Natal. A taxa em si subiu de 4,6% no fechamento de 2022 para 5,4% na largada de 2023. Caiu o número de gaúchos trabalhando mesmo que outros tantos tenham também parado de buscar emprego. Além disso, aumentou 16,4% o número de desempregados estimado pelo IBGE, passando para 337 mil pessoas.
Olhando por setor, foram reduzidos empregos no setor privado informal e no público. Redução forte também no número de trabalhadores por conta própria com CNPJ, aumentando os informais.
Por setores, houve fechamento de vagas na indústria, no comércio e na administração pública. É possível observar que, especialmente no comércio, os 54 mil postos de trabalho a menos do que no último trimestre de 2022 não têm apenas um efeito sazonal. Isso porque a pesquisa do IBGE também aponta queda de 41 mil empregos na comparação com o início de 2022.
O mercado de trabalho é consequência de crise, mas ajuda a piorá-la ou dificulta sair dela. Portanto, é um termômetro essencial - se não o mais importante - a ser acompanhado no detalhe. O varejo enfrenta problemas de crédito, provocados pelo juro alto e por calotes de grandes empresas, como a Americanas. A dificuldade dele de vender desemboca, depois, na indústria. Fiquemos atentos.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
Leia aqui outras notícias da coluna