Puxada pelos chamados preços administrados - que têm controle por parte dos governos, a inflação de Porto Alegre em março foi o triplo da de fevereiro. Segundo a Fundação Getúlio Vargas, o Índice de Preços ao Consumidor saltou de 0,43% para 1,35%. Aliás, foi a maior no mês passado entre as sete capitais pesquisadas.
A principal pressão de alta veio da gasolina, com aumento médio de quase 11%. Houve a volta da cobrança de parte dos impostos federais que tinham sido zerados na metade do ano passado. Em segundo lugar, apareceu a conta de luz, elevada pela decisão judicial que autorizou retomar a cobrança de ICMS sobre custos de transmissão e distribuição. O reflexo vem sendo sentido desde fevereiro.
O acumulado de 12 meses do IPC-S para Porto Alegre ainda não é alto, ficando em +4,12%, apesar de acima da meta inflacionária para o ano. Porém, ele vem aumentando nos últimos meses.
No centro do desafio de preços para 2023, estão os administrados, que devem aumentar o dobro da inflação geral, pela previsão atual do mercado. Além dos combustíveis, que já seriam pressionados pela mudança na cobrança do ICMS e agora estão suscetíveis à disparada do petróleo, tem a energia elétrica e, preparem-se, os planos de saúde. Os reajustes das operadoras para os coletivos já estão vindo bem acima da inflação. Pelos custos e pela demanda que as empresas têm demonstrado, será elevado o percentual a ser autorizado pela Agência Nacional de Saúde (ANS).
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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