Pela centésima vez, circula notícia falsa sobre confisco da poupança. Traumatizado por já ter enfrentado uma medida neste sentido há muitos anos, o brasileiro se apavora com qualquer informação neste sentido. Muitos leitores perguntam à coluna, que enfatiza que trata-se de um boato. Lula não deu as declarações colocadas no material.
Desta vez, é uma imagem imitando uma capa do Jornal do Brasil com a foto do presidente eleito Lula. A manchete é "Vamos confiscar tudo!". Ainda no texto, foram colocadas afirmações de que quem ganha acima de R$ 8 mil pagará 47,5% de Imposto de Renda e de que poupanças com mais de R$ 50 mil serão confiscadas. Todas as informações são falsas.
No seu site, o próprio Jornal do Brasil desmente o boato:
"O Jornal do Brasil deixou de circular no modelo berliner, com logomarca azul, em agosto de 2010. O JB voltou às bancas, em fevereiro de 2018, adotando o formato tradicional standard. Desde abril de 2019, circula em edição on-line. O Departamento Jurídico do JB já toma providências para responsabilizar os autores e disseminadores deste crime de uso indevido de marca, com pedido de indenização por danos materiais", diz a nota.
Não dá para dizer que é impossível que o país venha a ter um confisco da poupança no futuro. Porém, é extremamente improvável que isso ocorra. Quando aconteceu, no governo de Fernando Collor, o Brasil vivia um momento político, econômico e social completamente diferente, muito mais deteriorado. Há, ainda, um emenda à Constituição feita em 2001 que proíbe qualquer medida provisória que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro. Ou seja, não tem como fazer "de surpresa", uma alteração da Constituição precisaria passar pelo Congresso.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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