Está prevista para começar em 2023 a obra do prédio que será o mais alto de Porto Alegre, com 117 metros divididos em 35 andares, ultrapassando o Santa Cruz, edifício de 107 metros de altura que fica no Centro. Como a coluna noticiou no início da semana, saiu o alvará que libera a construção. O investimento será de R$ 150 milhões. O idealizador é o empresário Eduardo Gastaldo, gaúcho que mora há uma década em Florianópolis (SC) e fundou a Bewiki. Confira trechos da entrevista ao podcast Nossa Economia, de GZH, e ao programa Acerto de Contas, da Rádio Gaúcha. O áudio na íntegra está no final da coluna.
A torre é um acréscimo ao projeto que a empresa já tinha para o local?
Sim, é o mesmo projeto. A torre nova tem 117 metros, com 35 pavimentos. Já a histórica, que é no antigo moinho de farinha, tem cinco pavimentos. Resolvemos "reaprovar" porque saiu o plano diretor do 4º Distrito com alguns incentivos. Sou engenheiro de formação, sabia que que teria mais risco, demoraria mais, mas o time todo estava com vontade de fazer e viu uma oportunidade de ouro. Contratamos a AT, que é um escritório de arquitetura, e entregamos a documentação com o projeto redondo. A AT fez vários projetos incríveis na cidade, como a sede da Ospa e a Unisinos na Nilo Peçanha.
Quando pretendem começar a construção?
Fizemos uma demolição e toda a limpeza. Estamos em fase da contratação dos projetos complementares, avaliando se faremos metálico, como a primeira Bewiki, que é em Florianópolis, ou com uma solução convencional. Imagino iniciar a construção no primeiro semestre de 2023.
Demorará mais tempo por ser um prédio muito alto?
Se for metálico, é rápido. Estimamos 36 meses de obra. Em 18 meses, já vai se ver o esqueleto levantando.
Como será o empreendimento?
A Bewiki que é uma empresa de tecnologia que tem seis verticais "conversando" no mesmo lugar. Cada uma tem um nome. O Bemarket, por exemplo, tem compras e alimentação, uma vocação forte no 4º Distrito. Outro é o Becare, que é na saúde, com o hospital dia, clínicas e até consultórios. Estamos com muita vontade de levar o Einstein para Porto Alegre, como fizemos em Florianópolis, onde ele vai operar a parte de medicina diagnóstica e fazer consultoria na gestão do hospital dia. É uma referência em qualidade.
Além de Florianópolis e Porto Alegre, farão empreendimentos em outros locais?
Sim, a ideia é montar quatro Bewikis na corrida. Em Floripa, será entregue nos próximos 30 dias. Depois, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo.
Como surgiu a Bewiki?
É uma ideia que desenvolvemos há oito anos. Temos ativos imobiliários e começamos a montar o quebra-cabeça do que ficaria interessante. Qual é o propósito? Como o do Google é organizar a internet, o da Bewiki é facilitar o dia a dia das pessoas para morar, se alimentar, até cuidar da saúde no mesmo espaço.
Onde buscaram inspiração?
Quando compramos o antigo moinho de farinha lá em 2011, todo mundo pensou: "o que vão fazer com esse elefante branco?" Achamos muito legal o que estava acontecendo no Brooklyn (bairro de Nova York) ou em Rosário (na Argentina), "retrofitando" antigos moinhos. Então, achamos esse espaço espaço incrível em uma área extremamente privilegiada, próxima da Cristóvão Colombo, na divisa do Floresta com Moinhos de Vento. Quando fomos fazer o projeto, vimos o movimento do secretário Germano (Bremm, titular da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade - Smamus) e do prefeito (Sebastião Melo) visitando países nórdicos. Aí, pedi ao escritório de arquitetura um projeto icônico para Porto Alegre. Se for mais do mesmo, a gente não vai fazer. Vieram várias propostas e eu dizia: "não, tem que ser melhor do que isso aqui, tem que ser diferente". Foi quando bateu esse projeto com a torre que "gira" para acompanhar o caminho do sol. É lindo, não? Fizemos um voo de drone e a vista é incrível.
O investimento terá capital próprio?
Sim. Vamos ter ainda alguma coisa de venda. Estamos estudando outras possibilidades. Alguns fundos nos procuram e estamos falando com construtoras grandes do Rio Grande do Sul e uma do Paraná, além de uma imobiliária americana.
Precisou de autorização da Aeronáutica?
Não. O projeto está escondido na sombra do morro.
Ouça a entrevista na íntegra ao podcast Nossa Economia, de GZH, e ao programa Acerto de Contas, da Rádio Gaúcha:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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