O dia começou marcado pela queda de 10,1% no PIB da Alemanha e de 9,5% no mesmo indicador dos Estados Unidos. São dados do segundo trimestre em comparação com o primeiro trimestre de 2020. Há forte impacto da pandemia do coronavírus, que fica ainda mais evidente quando o desempenho é comparado com o mesmo período de 2019. Aí, no caso norte-americano, a economia teve um tombo - enorme - de 32,9%.
O desempenho alemão veio um pouco pior do que o projetado pelos analistas. Mas, para os Estados Unidos, a projeção era de um resultado ainda pior. E o que esperar para o PIB do Brasil? Principal indicador da economia, o Produto Interno Bruto do segundo trimestre será divulgado pelo IBGE no dia 1º de setembro.
Em busca de uma projeção para o resultado brasileiro, a coluna questionou a Quantitas Asset, que é também consultada pelo Banco Central para compor o relatório Focus, que traz semanalmente as projeções do mercado para indicadores econômicos. Segundo o economista da gestora de fundos de Porto Alegre, João Fernandes, a projeção para o PIB do Brasil do segundo trimestre é de uma queda de 9% em relação ao primeiro trimestre de 2020 e um recuo de 9,5% na comparação com o mesmo período de 2019. Fernandes elenca, bem objetivamente, o que leva a essa expectativa:
- Consumo das famílias: a queda deve ser bem disseminada. O mais afetado é o setor de serviços, impactado pela restrição de mobilidade. Em especial, restaurantes e hotéis. Já o consumo de bens caiu, mas se recuperou um pouco. Destaque positivo para vendas de supermercados e eletroeletrônicos, além de itens para casa.
- Investimento: também virá fraco e não apenas pela restrição de mobilidade. O Brasil vive um ambiente de recessão. Com queda na confiança, empresários queimam estoque e reduzem a capacidade das empresas.
- Gastos do governo: trará crescimento, já que houve um estímulo fiscal gigantesco na pandemia. Em especial, com a distribuição de auxílio emergencial.
- Saldo comercial: as importações caíram muito, o que contribui positivamente para o PIB. A exportação subiu com a alta do dólar, mas não foi uma elevação tão intensa.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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