Além de ter afastado o medo da recessão, o PIB veio melhor do que a encomenda. O resultado divulgado pelo IBGE apontou um crescimento de 0,4% da economia brasileira no segundo trimestre. É um resultado bem acima do que o mercado estava prevendo. O dobro praticamente do que analistas projetavam para a coluna nas últimas semanas.
— A notícia do PIB foi ótima e muito positiva para o mercado. Estávamos muito nervosos com a possibilidade de o Brasil entrar em recessão técnica. Não estamos! E mais, se achava que o PIB viria quase zero. E não foi isso que vimos — comenta o diretor de operações da Mirae Asset, Pablo Spyer.
Caso o resultado viesse negativo, o Brasil entraria em recessão técnica. É o termo usado para dois trimestres consecutivos de queda na economia. Os primeiros três meses do ano já tinham trazido um encolhimento de 0,1% no PIB, conforme o dado revisado.
O resultado foi puxado, principalmente, pelos ganhos da indústria (0,7%) e dos serviços (0,3%). Já a agropecuária caiu 0,4%. Na comparação com o segundo trimestre de 2018, o aumento foi de 1%. Importante lembrar, no entanto, que a base é fraca devido à greve dos caminhoneiros, ocorrida em maio do ano passado, e seu impacto na economia do país todo.
Ainda assim, o acumulado de 12 meses é fraco. O crescimento de quatro trimestres é de 1%, que é um terço do ideal para a economia brasileira e que era, inclusive, projetado para 2019. No relatório Focus, os analistas falavam em avanço de 3% do PIB neste ano, projeção que já caiu para apenas +0,8%.
Ponto positivo
Uma parte da tabela do PIB que a coluna sempre olha é a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF). O nome é difícil, mas a variável mede o investimento privado. A boa notícia é que veio toda positiva nesta divulgação. Cresceu 3,2% no segundo trimestre sobre o primeiro e 4,3% no acumulado de 12 meses. É um indicador que mostra se as empresas estão investindo para modernizar ou ampliar seus negócios, serve como sinalizador de tendência.
RS
A pesquisa do IBGE divulgada nesta quinta-feira (19) ainda não traz dados regionais. Sobre a economia do Rio Grande do Sul, leia: Economia do RS tem o melhor 1º semestre do país na pesquisa do Banco Central