O preço da gasolina comum voltou a cair e teve uma queda significativa na última semana em Porto Alegre. O litro passou para R$ 4,38, valor seis centavos menor que a pesquisa anterior da Agência Nacional do Petróleo. A ANP considera 38 postos de combustível. A queda foi ainda mais intensa do que no preço cobrado pela distribuidora.
Na média estadual, o litro passou para R$ 4,45. A redução foi menor, de dois centavos. Ainda há municípios cobrando mais de R$ 5 pelo litro da gasolina. O levantamento considera 361 postos de combustível.
Nos dois casos, municipal e estadual, a média de preços é a menor desde de março. Uma alta ocorreu no início das férias de inverno, começando pela zona sul de Porto Alegre e se espalhando pelos municípios vizinhos e até Vale do Sinos. Depois, ajustes começaram a ocorrer e foram verificadas reduções de preço.
Apesar de a determinação de preços ser livre, há sempre tendências a serem observadas. A Petrobras anunciou no dia 16 de agosto uma nova redução no preço da gasolina na refinaria, que depois vende para as distribuidoras, que, por sua vez, repassam aos postos. O corte, em todos os 71 pontos de venda, foi de R$ 0,10. A queda é maior do que o aumento de R$ 0,06 que tinha sido aplicado pela estatal no início de agosto.
Antes mesmo das refinarias, tem o preço do petróleo, que está em queda no mercado internacional e é usado pela Petrobras para determinar a tabela nas refinarias. O recuo se deve à perspectiva de desaceleração da economia global, o que corta a expectativa de demanda pelo "ouro negro". Em especial, nas duas maiores economias do mundo e que estão em guerra comercial: Estados Unidos e China.
Por outro lado, temos a pressão da alta do dólar. O câmbio é outro fator observado pela Petrobras e tem ficado acima dos R$ 4. A estatal exporta petróleo e compra gasolina, ficando sensível à cotação da moeda norte-americana.
Formação do preço
Aproveitando, veja abaixo a formação do preço da gasolina na região Sul. A ANP faz o recorte por região e não por Estado. Então, mostra uma média que inclui Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Lembrando que o ICMS gaúcho é mais alto.
Preço médio / litro R$ 4,30
Preço ao produtor R$ 1,27 (29,6%)
Etanol anidro R$ 0,50 (11,5%)
Tributos federais R$ 0,69% (16%)
Tributos estaduais R$ 1,27 (29,6%)
Margem distribuição + custo transporte R$ 0,19 (4,5%)
Margem revenda R$ 0,38 (8,9%)
Fonte: ANP / Dados de junho