O desempenho da economia em abril veio pior que o esperado. A expectativa era de queda, mas não tão intensa como veio. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) apontou recuo de 0,47% em abril sobre março, com ajuste sazonal no indicador, que é considerado uma prévia do PIB.
Com a quarta queda consecutiva, o indicador foi para 135,91 pontos. É o patamar mais baixo desde maio de 2018, quando ficou em 133,25. Só que esse foi o mês da greve dos caminhoneiros, quando a economia teve um tombo. Antes disso, o patamar mais baixo foi em setembro de 2017, ainda no meio da crise econômica.
Ou seja, intensifica a preocupação de que entremos novamente em recessão técnica na economia brasileira, que se caracteriza por dois trimestres de PIB negativo. Os três primeiros meses do ano já tinham trazido queda de 0,2% no cálculo oficial do IBGE.
Com o recuo, o acumulado de 12 meses também foi alterado. O crescimento da economia caiu para 0,72%. Lembrando que se esperava para o PIB de 2019 um avanço de 3%, o considerado ideal para a economia brasileira. O primeiro semestre está prestes a fechar e ainda não há sinais de que se alcance nem o 1% previsto no último relatório Focus, com projeções do mercado.
O Rio Grande do Sul até tem registrado desempenho melhor do que na média nacional. No entanto, é sobre uma base fraca e o Estado não é uma ilha. Precisa do bom desempenho do país para sustentar bons resultados.
— Difícil uma retomada rápida mesmo. Parece que cada empresário espera o outro começar para depois ver se o ambiente melhorará — analisa Wagner Salaverry, sócio da gestora de fundos Quantitas.
A confiança dos empresários só deve mudar se a reforma da Previdência passar. Sem falar na expectativa para a proposta que mexe no sistema tributário do país.
Por outro lado, o dado fraco da economia e o recuo da inflação levam os analistas a apostarem em uma redução da taxa de juro. A Selic está há um bom tempo em 6,5% ao ano. Por mais que o Banco Central diga que a política monetária não é para estimular a economia, mas sim para controlar a inflação, a análise é que há espaço sim para um corte ainda em 2019. Possivelmente, na reunião de setembro do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom).