Quase um ano após a falência da DHB Sistemas Automotivos, a Justiça estendeu os chamados "efeitos falimentares" para a DHB Indústria e Comércio S.A., controladora da fabricante de peças para veículos. A decisão teve a concordância da própria empresa, que colocou seus bens à disposição para ajudar no pagamento das dívidas trabalhistas.
A expectativa também é que seja acelerada a realização do leilão de um imóvel com valor estimado em R$ 17 milhões, que ainda não tem data prevista. Em novembro, foi arrecadado R$ 1,75 milhão com a venda de um terreno em Sapucaia do Sul, conta a advogada Gabriele Chimelo, sócia da Scalzilli Althaus. Os valores também serão usados para pagar créditos extraconcursais e restituições.
— São valores de dívidas bancárias e fiscais, que têm prioridade por lei. Com esse novo imóvel, a expectativa é de avançarmos na quitação dos credores trabalhistas - diz a advogada.
Fundada na década de 1960, a DHB pediu recuperação judicial em 2015. Durante o processo, o grupo indiano RSB Industries e RSB Transmissions, que havia comprado o controle acionário da empresa em 2013, deixou o Brasil. Diretor-presidente da DHB, Luiz Carlos Mandelli reclama que o Judiciário não chegou até o patrimônio da fabricante asiática para incluir nos processos.
— Eles abandonaram o país, prejudicando a recuperação judicial. Por estarem na Índia, ficam imunes de sua responsabilidade? Entendemos a situação aflitiva dos funcionários, que ainda não puderam receber o que têm de direito pelos atrasos legais — afirma o empresário.