Foi uma tarde quase interminável no Monumental de Núñez, até a notícia do adiamento da final da Libertadores. Com 66 mil torcedores dentro do estádio, todos aguardavam com enorme expectativa o grande jogo entre River Plate x Boca Juniors.
Até o ônibus do Boca chegar, estava tudo tranquilo. Mas exatamente este momento, torcedores do River arremessaram pedras e bombas de spray de pimenta na delegação adversária. O capitão Pablo Pérez foi atingido no olho esquerdo por estilhaços do vidro da janela do veículo, que acabou se quebrando.
A partir daí, começou a confusão. Os jogadores do Boca entraram no vestiário do estádio, mas ali já ficou claro que não queriam jogar.
A Conmebol se posicionou de maneira forte e exigiu a realização da partida. Em um primeiro momento, adiou o início do jogo em uma hora. Depois, mais uma hora, até chegar ao horário de 19h15 (20h15 no Brasil).
Pérez inclusive foi levado ao hospital, e retornou ao estádio com um enorme curativo no rosto.
Nesse meio tempo, várias reuniões ocorreram. Participaram os presidentes dos dois clubes, além da alta cúpula da Conmebol, liderada por Alejandro Domínguez. Até o presidente da Fifa, Gianni Infantino, apareceu. E deu a ordem para o jogo sair. A preocupação da entidade é com o Mundial de Clubes, marcado para dezembro, nos Emirados Árabes, e que precisa da definição do representante da América do Sul.
Em um primeiro momento, a pressão da Fifa surtiu efeito. Só que Infantino não contava com uma coisa. Os jogadores se uniram. Tévez e Fernando Gago, dois líderes do vestiário do Boca, deram entrevistas reclamando que os atletas do time adversário sequer apareceram no vestiário para ver como estava a situação dos colegas de trabalho. A reclamação pública teve efeito. Os jogadores do River se solidarizaram e concordaram com as alegações.
Com os dois times fechados na decisão de não jogar, a Conmebol não teve saída. Assim, anunciou o adiamento da partida para este domingo, às 17h (18h no Brasil). A decisão mais sensata. Mas foi preciso a união dos jogadores para vencer a pressão da Fifa.