A reunião do Conselho da Fifa nesta sexta-feira (26), em Kigali, capital de Ruanda, foi decepcionante para quem aguardava novidades sobre a fórmula do novo Mundial de Clubes que a entidade pretende organizar a partir de 2021, e que poderá ter a presença do Grêmio.
Tenho acompanhado com atenção este assunto desde o final de 2017 e o que chama a atenção é a lentidão para conseguir avançar com o projeto. Escutei toda a entrevista coletiva do presidente Gianni Infantino, em Kigali, que teve duração de uma hora e cinco minutos.
Sobre o Mundial, ele abriu a sua explanação informando que o assunto vai continuar sendo discutido com a criação de uma força-tarefa para tratar do tema. Nas palavras dele, esta equipe "vai reforçar o processo de consulta sobre a perspectiva de uma Copa do Mundo de clubes renovada". E anunciou uma nova data para definir a questão: 14 e 15 de março de 2019, em Miami, na próxima reunião do Conselho. Apenas isso.
Depois foi perguntado por um jornalista sobre o motivo da demora e respondeu citando os diferentes pontos de vista dos interessados no assunto, incluindo clubes e federações pelo mundo, com posições contrárias em relação ao torneio.
Também discorreu sobre as demais novidades, como um prêmio maior para a Copa do Mundo feminina e as novas regulamentações — com mais investimento, auditoria e relatórios mais rigorosos. Além da Copa América passar a ser disputada na mesma época da Eurocopa.
Após a coletiva, conversei por telefone com alguns dirigentes do futebol sul-americano que acompanham com atenção esse assunto. O problema segue o mesmo, que é a resistência dos principais clubes europeus ao novo formato do Mundial, que prevê a participação de 24 clubes a partir de 2021, no lugar da Copa das Confederações. O Grêmio poderia entrar como um dos representantes da América do Sul como o campeão da Libertadores de 2017.
Na verdade, mais do que o trabalho da força-tarefa, o que será necessário é o poder de articulação de Gianni Infantino para convencer os gigantes europeus a aceitarem a nova fórmula.