
No final de agosto, em reunião no Conselho Deliberativo, a direção do Grêmio anunciou números extremamente positivos, ainda mais considerando a dura realidade financeira do futebol brasileiro. O clube fechou o primeiro semestre deste ano com um superávit de R$ 3,58 milhões, R$ 17,5 milhões acima do mesmo período de 2017. Também foi divulgada uma receita bruta 16,49% maior em relação ao primeiro semestre do ano passado, principalmente pelos valores recebidos relativos ao "Mecanismo de Solidariedade", "Contratos de Televisionamento" e "Receitas Patrimoniais". Além disso, conseguiu a redução do passivo total de R$ 49,96 milhões em relação ao final do ano passado, e a redução do endividamento bancário em 28,73%.
A explicação para este sucesso dentro e fora de campo começa em 2015, com a reestruturação administrativa, e a obsessão pela responsabilidade financeira. Neste trabalho de readequação, o orçamento anual sempre procurou ser respeitado, mas a questão é que os problemas de dívidas não permitiram uma sustentabilidade imediata.
Desta maneira, o presidente Romildo Bolzan traçou uma meta: equilíbrio administrativo sem perder o foco de competição. Hoje, o trabalho que trouxe estes números positivos é capitaneado pelo CEO Carlos Amodeo. Com a sua equipe de trabalho, ele segue as diretrizes do Conselho de Administração, composto por Adalberto Preis, Cláudio Oderich, Duda Kroeff, Paulo Luz, Marcos Herrmann e Sergei Ignacio da Costa.
Com a capacidade administrativa, começou o círculo virtuoso, com títulos, aumentos de premiações e elevação da receita do quadro social. Para se ter uma ideia, o número de sócios do Grêmio em dezembro de 2014 era de 45 mil. Em dezembro de 2017, passou para 90 mil. Exatamente o dobro. O que também significa o dobro de receita. E este número de 90 mil sócios de manteve estável durante todo este ano. O objetivo é fechar 2018 faturando R$ 75 milhões com o quadro social, R$ 10 milhões a mais do que em 2017.
Este círculo também aumentou as vendas nas lojas do clube, e incrementou os ativos, já que os principais jogadores se valorizaram muito. E o clube soube como tratar esta questão. O objetivo é sempre primeiro ter o ganho desportivo com o atleta, e depois o ganho financeiro. Ou seja, primeiro os títulos, e depois a venda. A estratégia funcionou perfeitamente com nomes como Pedro Rocha e Arthur. Aliás, sobre Arthur, o valor total da venda para o Barcelona vai entrar nos cofres neste segundo semestre, o que dará tranquilidade financeira até o final do ano. Se tudo ocorrer como o planejado, o próximo da lista é Everton. Sempre com a ideia de que o atleta fique um tempo no clube antes de sair.
Com estas receitas, o Grêmio aumentou consideravelmente a sua capacidade de liquidação de compromissos. Assim, está perto de entrar em 2019 com equilíbrio financeiro consolidado. O que será fundamental para seguir a trajetória recente de títulos.