O Grêmio reclamou muito do pênalti apitado para o Flamengo no jogo que marcou a eliminação do time gaúcho da Copa do Brasil. Dentro de campo, os jogadores protestaram pela decisão tomada pelo árbitro Bráulio da Silva Machado após a interferência do VAR.
Fora das quatro linhas, as críticas apareceram nas coletivas do técnico Renato Portaluppi e do presidente Alberto Guerra. Apesar da polêmica, o pênalti ocorreu e o juiz da Fifa acertou na marcação final.
O lance aconteceu aos 23 minutos do segundo tempo. Depois de cobrança de escanteio, Léo Pereira desviou de cabeça e Rodrigo Ely acabou bloqueando a bola com o braço aberto. O lance é indiscutível. Existem alguns motivos que reduzem a margem de interpretação na jogada.
A primeira coisa que precisa ser levada em consideração é que Léo Pereira cabeceia tentando uma finalização na direção do gol. A segunda é que Rodrigo Ely, que estava distante do adversário, corre na direção dele para tentar bloquear o arremate. Ao saltar para essa disputa, ele acaba fazendo esse gesto com o braço direito muito aberto.
Por mais que a intenção do defensor pudesse ser outra, a posição do braço amplia o corpo de forma antinatural e faz com que ele assuma o risco de cometer a infração. O pênalti foi bem marcado e o amarelo foi bem aplicado ao defensor gremista, afinal ele impede uma chance promissora ao bloquear a bola com o braço naquela situação específica.
O grande problema no debate sobre situações de mão na bola e bola na mão não está neste lance. Está no alto grau de subjetividade de uma regra que sofreu muitas alterações nos últimos anos e parece ficar a cada dia menos clara para o torcedor. Considero que essa discussão precisa estar presente para quem faz as regras e para quem as aplica dentro de campo.
Não sei se a solução é mudar o texto ou fazer algum tipo de trabalho didático para que o público possa compreender melhor quando uma infração deve ou não ser marcada. Do contrário, o debate sempre será pautado pela falta de critério e de lógica.