A análise da atuação da arbitragem no empate em 1 a 1 entre Ceará e Inter precisa ir muito além da avaliação dos lances capitais. Considero que o maior erro de um juiz em tempos de VAR é não ter a capacidade de exercer autoridade em campo no jogo do Brasileirão.
Com o perdão do exagero, uso a foto desta coluna para ilustrar um dos raros momentos em que o árbitro Rodolpho Toski Marques conseguiu controlar os jogadores. Isso porque a condução disciplinar da partida foi bastante bagunçada ao longo dos 90 minutos. O jogo teve mais de quarenta faltas, mas esse número parecia ainda maior porque a partida não andou.
Tudo era motivo para parar. A todo momento havia um bolo de jogadores em volta do juiz. Não é possível que um árbitro do quadro da Fifa não consiga segurar os jogadores em uma partida do Ceará com os reservas do Inter. O confronto no Castelão virou uma fumaceira por falta de imposição da arbitragem. Não estou tirando a responsabilidade dos jogadores, que pouco ajudaram, mas a apito deixou a desejar.
Rodolpho Toski Marques não precisaria bater no escudo do peito para mostrar que faz parte do quadro da Fifa. Os jogadores poderiam ter notado por conta própria.
Por fim, sobre as decisões técnicas, considero que o VAR cometeu um erro grave ao não interferir no lance do pênalti para o Ceará. Keiller tocou na bola antes do contato com o jogador adversário. Isso mostra que ele conseguiu o objetivo de disputar a jogada de maneira limpa. A penalidade não deveria ter sido mantida.
Além disso, considero a expulsão de Cadorini discutível, especialmente por tudo o que ocorreu no jogo. Houve coisa muito pior dentro de toda bagunça ocorrida em campo. Fica até confuso de entender qual o critério do VAR quando há uma interferência em uma decisão como essa.