Quando vi o amarelo aplicado para o meia Mauricio durante a vitória por 2 a 1 do Inter contra o Athletico-PR achei que o motivo da advertência era outro. Houve uma confusão em campo. O bolo de jogadores se formou. O jogador do Inter se envolveu em discussão com adversários e até teve certa reclamação com a arbitragem.
Achei que a causa do cartão seria justamente a confusão, o bate-boca ou até alguma reclamação específica com a arbitragem. Se fosse isso, seria até compreensível. Foi a súmula que transformou a normalidade em preocupação.
Confesso que ainda não acredito no crime ocorrido no Beira-Rio. O árbitro catarinense Ramon Abati Abel, que é bom árbitro e demonstra ótimo potencial futuro, colocou na súmula que a justificativa do cartão era porque Mauricio atuou "de maneira a mostrar desrespeito ao jogo".
Só que o jogador do Inter não fez nada. Ele simplesmente recebeu o lançamento, dominou a bola e a conduziu fazendo embaixadinhas de maneira vertical. Se realmente houve o entendimento de que a maneira de jogar de Mauricio é algo que fere o respeito ao futebol, estamos o esporte está perdendo o foco.
Acho importante dizer isso, pois o espírito do futebol é jogar para a frente, de forma bonita e procurando o gol. Por vezes, a violência e as faltas fortes são aceitas como parte do jogo e cartões não são aplicados. Não podemos punir o jogo e permitir a violência. Isso seria um crime contra o futebol.