Lances de mão na bola e bola na mão sempre são polêmicos. Ainda mais quando temos uma situação de tanta complexidade para interpretação quanto foi o pênalti marcado na vitória por 2 a 1 do Fluminense contra o Inter, neste domingo (16), no Maracanã, pela terceira rodada do Brasileirão.
O árbitro Raphael Claus marcou a infração com o auxílio do VAR. Depois de olhar no monitor, o juiz da Fifa entendeu que o toque no braço de Zé Gabriel foi irregular e marcou a penalidade em favor do time carioca.
A discussão sobre esse lance é conceitual e parte do pressuposto de que o toque de Zé Gabriel ocorre em uma ação de disputa.
A regra trata sobre a posição do braço para interpretar se há ou não infração. Se ele está acima da linha do ombro ou se em posição antinatural, geralmente haverá o pênalti.
Só que há um detalhe que pode mudar a interpretação da arbitragem mesmo quando os pontos citados acima ocorrem. A regra esclarece que não haverá infração se a bola rebotar ou desviar no próprio jogador ou em um companheiro a uma curta distância. Isso causa um fator surpresa.
É justamente o que entendo que ocorre no lance de Zé Gabriel. Antes do toque do defensor colorado, houve um desvio na cabeça de Lindoso. Isso acontece muito perto e é determinante para que a bola raspe no braço.
Levando em conta a distância que ocorre esse desvio em Lindoso e o contexto do lance, a interpretação que tenho é de que não houve a infração. Discordo, portanto, da avaliação da arbitragem.
O outro lance de toque não tem discussão. Falo do gol anulado do Fluminense por causa do toque no braço de Michel Araújo. Esse tipo de situação não permite mais interpretação, mesmo que o toque seja acidental.
A regra coloca que sempre será irregular o gol marcado direta ou indiretamente após um toque na mão ou no braço.