"Apita o árbitro. Bola rolando no Gre-Nal 425". Só acredito no começo do Gauchão no dia 22 de julho quando estiver diante deste fato. Ao ver o árbitro apitando, a bola rolando e o narrador descrevendo o que estará diante dos nossos olhos. Até lá, seguirei tendo minhas dúvidas.
Não estou duvidando da informação trazida pelo Pedro Ernesto Denardin pouco depois das 12h desta quinta-feira (9). É lógico que ele não inventou a notícia. Ele apenas tornou público um relato que obteve com exclusividade. Também não estou duvidando da veracidade da informação repassada pela fonte do Pedro. Até porque o próprio governo do Estado anuncia uma reunião definidora para as próximas horas. Meu questionamento vai muito além disso.
Estou inserindo a informação de que o Gauchão retorna no dia 22 de julho dentro do contexto do que estamos vivendo. Qual foi o milagre que aconteceu para gerar uma virada tão grande em menos de uma semana? Na última sexta-feira (3), o presidente da FGF, Luciano Hocsmann, demonstrava abatimento ao manifestar incerteza sobre o futuro da competição em entrevista ao programa Show dos Esportes.
Isso ocorreu dois dias depois da manifestação do governador Eduardo Leite falando do momento crítico que o Rio Grande do Sul atravessa e pedindo "paciência" ao comentar a intenção do Grêmio de treinar em Santa Catarina.
— Centenas, milhares de pessoas que têm pequenos empreendimentos estão tendo de fechar suas lojas, mas daí ela vê um time de futebol podendo fazer treinamento com contato físico. Não é razoável que a gente tenha essa disputa. [...] Não entendemos que exista condições de treinos seguros coletivos, especialmente para este momento — argumentou Eduardo Leite há exatos oito dias.
De lá para cá, os números pioraram. A conta não fecha. Ainda mais com a fala do governador nesta quinta-feira (9). Leite disse que a situação era pior do que a atual lá no mês de março e "pediram" que o campeonato fosse paralisado. Não parece a manifestação de alguém que está prestes a liberar o futebol.
É nesse contexto o questionamento sobre a intenção de retomar Gauchão no dia 22 de julho. Há times que nem treinaram nos últimos quatro meses. Seria possível acelerar as coisas de tal maneira para deixar tudo pronto para que a bola pudesse rolar em 13 dias?
Por isso, só acredito no começo do Gauchão no dia 22 de julho quando o árbitro apitar e a bola rolar.