A prévia da sétima rodada do Gauchão indicava a perspectiva de que Brasil-Pel x Grêmio seria um jogo difícil de ser apitado. Não ficou só na expectativa. Os fatos do campo comprovaram a tendência e o jovem Jonathan Pinheiro teve muito trabalho no empate em 0 a 0 entre as duas equipes, neste domingo (17), no Estádio Bento Freitas. O confronto foi marcado por muita tensão. Além disso, houve um pênalti reclamado e uma expulsão polêmica, duas situações em que a arbitragem cometeu erros importantes.
Vamos começar pelo cartão vermelho aplicado para o lateral Juninho Capixaba, aos 34 minutos do segundo tempo. Considero que a decisão do juiz tenha sido equivocada nesta interpretação. Ele entendeu que houve simulação do jogador do Grêmio em uma disputa com o atacante Branquinho na faixa central do gramado. Considero que ele até poderia não ter marcado a falta. Quem sabe um gesto mandando o jogador levantar e seguir jogando poderia ser compreendido. No entanto, a aplicação da segunda advertência caracteriza exagero.
A questão pontual está na definição de simulação, que caracteriza a clara intenção de enganar o árbitro para obter uma vantagem ilícita. Não foi o que aconteceu. Juninho salta para desviar e evitar o choque com o jogador do Brasil-Pel, que deu um carrinho forte na direção dele. É completamente diferente de uma situação em que o jogador força para cima de um adversário para ludibriar a arbitragem.
O outro lance capital ocorreu aos 14 minutos do primeiro tempo. O Grêmio reclamou um pênalti no zagueiro Kannemann depois de uma cobrança de escanteio. A infração realmente ocorreu e deveria ter sido marcada. O zagueiro Leandro Camilo agarra o jogador gremista com as duas mãos pela cintura e o impede de disputar a bola. A penalidade fica clara na transmissão da televisão, pois a imagem está fechada nos dois atletas. Entretanto, é daquelas típicas situações de agarra agarra em cobranças de escanteio, que se tornam muito mais difíceis de serem percebidas na velocidade do jogo.
De um modo geral, a arbitragem teve muito trabalho na condução disciplinar, especialmente nos primeiros 45 minutos. Os jogadores pareciam engajados na tentativa de desafiar as decisões do juiz. Atletas experientes costumam fazer isso quando há um árbitro jovem em campo. O clima de pressão se acentua por conta da situação que o Brasil-Pel vive na tabela de classificação. Com relação a esse comportamento, Jonathan Pinheiro reagiu bem e conseguiu estabelecer o controle do jogo. Isso não tem nada a ver com os dois erros cometidos.