Entre os anos de 2007 e 2013, Rio Grande, na zona sul do Estado, viveu o apogeu com a implantação de um polo naval na cidade que abriga um dos maiores portos do Brasil. Milhares de trabalhadores de todas as partes do país se deslocaram para lá em busca de oportunidades nos estaleiros, aquecendo a economia da região. A partir de 2014, o cenário promissor começou a mudar, levando rapidamente a economia local ao declínio por razões diversas. Durante esse período, Zero Hora acompanhou de perto as transformações pelas quais a região passou – ao lado, reproduções de duas reportagens, uma de 2012 e outra de 2017.
Enquanto os estaleiros mantêm máquinas modernas ociosas, uma massa de trabalhadores qualificados está desempregada e a economia local patina.
O conteúdo que ilustra a capa desta edição apresenta mais um capítulo do polo naval. O repórter Fábio Schaffner, que por anos foi correspondente na região, conta como Rio Grande está tentando buscar alternativas de utilização daquela imensa estrutura desativada há 10 anos.
Hoje, a impressão que fica, segundo Fábio, é de uma oportunidade de redenção econômica perdida. Enquanto os estaleiros mantêm máquinas modernas ociosas, uma massa de trabalhadores qualificados está desempregada e a economia local patina, com queda aguda na arrecadação municipal, no nível dos salários e, sobretudo, na autoestima das pessoas. Porém, alternativas começam a surgir, comprovando o potencial transformador da região.
– Fiquei impressionado com o potencial que o município desenvolveu, a capacidade de atuar com excelência num mercado tão competitivo e a rapidez com que o país abriu mão de todo este cabedal, como se simplesmente tivesse sido tirado da tomada. No jornalismo, temos a missão não só de noticiarmos o surgimento de novos fenômenos, mas também de entendermos suas causas, efeitos e até auxiliar na busca de soluções, reafirmando nossa função social – diz Fábio.
A reportagem está no caderno DOC.