Não fosse um erro pelo alto, o único em 10 cruzamentos feitos pelo Bahia, o Inter teria vencido, em vez do bom empate em 1 a 1 pela maneira como transcorreu o jogo. Até a metade do primeiro tempo, parecia o time das últimas rodadas. Então um inquieto Roger Machado faz a mudança tática que, aos poucos, recolocou o Inter na partida.
Roger começou com Gabriel Carvalho por dentro, ao lado de Valencia, e Borré por fora na direita. Não deu certo. Longe da área, o colombiano se perdeu. E o jovem de 16 anos, sem o campo de frente, idem. Roger inverteu as funções de ambos, e a melhora foi expressiva. Aos poucos, a posse de bola foi passando para o Inter, seja pela qualidade de Gabriel ordenando jogo apoiado pelo lado como os zagueiros do Bahia preocupados com Borré e Valencia na área.
No segundo tempo, o Inter foi ainda mais superior. No cômputo geral, não fossem dois gols perdidos por Valencia, tipo aqueles contra o Fluminense, no ano passado, o Inter teria vencido. Roger acreditou na base para repor o fôlego e manter a intensidade. Terminou com Matheus Dias, Gustavo Prado, Lucca Drummond e, antes, Gabriel Carvalho. Eles deram algo que estava faltando: o DNA colorado.
Eles lutaram muito. O gol nasce com um Gustavo Prado que tem a personalidade de ir para cima e chutar, sem transferir para um cascudo. O rebote que dá a Borré o empate é dele, aberto pela esquerda. Valencia e Gabriel Carvalho saem por cansaço e risco de lesão, é só por isso. Bernabei não é uma Brastemp, mas está melhor do que Renê. E não erra na saída da bola. Gabriel Carvalho recebeu chance. Meninos da base entraram. Foram maravilhosos? Não. Mas mostraram inconformidade com a derrota.
Empate contra um time da ponta de cima da tabela, da maneira como se deu, fora de casa, não se entregando após sair atrás, é boa notícia. Roger encontrou soluções diferentes para resolver problemas que se repetiam no Inter. E mal teve tempo de treinar.