Nesta semana livre de treinos até o jogo contra o Botafogo, no Rio de Janeiro, Eduardo Coudet e a direção do Inter têm de se debruçar sobre uma peça, para além de repor a perda de Guerrero. Trata-se do atacante de velocidade e driblador. Hoje, no elenco, só Marcos Guilherme. E ele ainda não deslanchou. Sobra velocidade, mas falta drible e alguma lucidez. Talvez se encontre ali adiante, com alguma sequência.
Guilherme Pato foi emprestado para a Ponte Preta. Pottker está lesionado, mas há duas temporadas não consegue ser esse escape de qualidade pelo lado. Peglow, que vai ajudar muito, pelo talento, não é exatamente um extrema de velocidade. Mal entrou no time. Para tirar o time de trás em momentos de pressão, como diante do Atlético-MG, é é preciso esta peça que arranque, tente um drible seguido de falta e mantenha a última linha de defesa do inimigo sempre com um pé atrás antes de se adiantar.
Retenção não se faz só com um meio-campo capaz de trocar passes e valorizar a posse da bola. Ou com centroavante do calibre de Guerrero, que recua, arrasta o zagueiro, abre o compasso, gira, sofre a falta e, enquanto isso, conquista o tempo precioso para o time respirar.
Um atacante veloz e agudo faz o adversário correr no sentido contrário ao do ataque. Não precisa ser craque. O mercado está restrito. Que o Inter busque um mediano, então. O Grêmio foi atrás de Everton e Luiz Fernando, no São Paulo e no Botafogo. Coudet precisa desta peça para movimentar o xadrez que são as partidas em meio a pandemia, com cinco alterações permitidas. Se tivesse um jogador de lado assim – em 2006, Sobis cumpria esse papel com maestria, recebendo e gingando para lá e cá diante de marcação tripla, cavando faltas ou saindo delas –, o Inter talvez ganhasse do Atlético-MG sem permitir tanto volume à equipe de Sampaoli.