Normal um Grêmio inteiramente reserva perder para os titulares do Flamengo, ainda mais no Maracanã. A qualidade carioca fez toda a diferença no 3 a 1. O que não pode é só empatar com a Chapecoense em casa — a mesma Chape que neste sábado (10) levou 4 a 1 do Ceará. O atraso no Brasileirão, portanto, está mais na conta dos titulares do que na dos reservas. A estratégia não está errada. Tem mesmo de priorizar as Copas, que oferecem taça rapidamente. Está certo escalar reserva.
O Grêmio tem duas lições a tirar desta derrota. O problema é justamente a pressão que este atraso nos pontos corridos pode produzir nos mata-matas. Se a classificação não vier, o prejuízo é enorme para recuperar. No ano passado foi diferente. Tanto que o Grêmio sai na semifinal da Libertadores a tempo de buscar vaga no G-4. Dessa vez talvez não seja possível, em caso de desterro nas Copas.
Outro aprendizado, este mais importante, é o da marcação. Neste ano, volta e meia, o Grêmio afrouxa a parte defensiva. E aí não estou falando dos reservas, mas dos titulares. Renato teve de fazer uma cirurgia no time, na primeira fase da Libertadores, tirando Luan, Michel e Montoya, por inconsistência no meio-campo, que oferecia muito espaço. Corrigiu com Jean Pyerre, Alisson e Matheus Henrique. Isso bem antes do foco repartido em três frentes. Mas, volta e meia, repito, a parte solidária coletiva some. E isso preocupa.
Os titulares deram espaço para a Chape. Os reservas, para o Flamengo. Luan não acompanhou Arão. Darlan e Thaciano não leram a flutuação de Arrascaeta. Pepê e Galhardo foram frágeis na recomposição. Bruno Henrique flanou em cima de Léo Moura, obrigando Paulo Miranda a sair da área para ser driblado. Se a linha de três atrás do centroavante, no Maracanã composta por Galhardo, Luan e Pepê, se essa linha não marcar ninguém, o Grêmio sempre perderá o meio-campo, com titulares e reservas. O Grêmio precisa ser mais solidário. Não adianta ter qualidade se não cumprir tarefas operárias.