Não, o ídolo argentino não morreu. Estava vivinho de Silva no banco de reservas do Inter que atropelou o Alianza Lima na noite desta quarta-feira (13), diante de um Beira-Rio lotado. O 2 a 0 deixa o Inter na liderança isolada do Grupo A, encaminhando bem sua classificação, por ter os dois próximos jogos em casa. O fato é que D’Ale não estava escalado, e havia o temor: quem armaria o time com capacidade de fazer gols, como era preciso para furar a retranca peruana, propondo jogo? Nico López desempenhou este papel na plenitude, mesmo sendo muito mais atacante do que meia. O camisa 7 relembrou os melhores momentos de D’Alessandro ao longo de sua trajetória. Na única vez que foi exigido, Marcelo Lomba operou um milagre. Houve um pênalti não marcado, cometido por Dourado, na primeira etapa.
Nico teve um parceiro de luxo na tarefa de qualificar a transição, um dos desafios do Inter após a estreia com vitória sobre o Palestino, no Chile. Rafael Sobis foi a surpresa, no lugar de Pedro Lucas. Flutuando por trás dos volantes e se deslocando pelos lados, ele abriu espaços. O segundo gol nasce de um lançamento profundo de Sobis como volante. Ele recuou aqui atrás e lançou. Nico se projetou, recebeu o passe e chutou de fora da área. A bola desviou e enganou o goleiro, mas o mérito da finalização com força é toda do uruguaio. O primeiro gol, antes dos 10 minutos, cumprindo o roteiro dos sonhos de abrir o placar cedo, também é de Nico e sua potente canhota. E onde ele recebe a bola de Pottker? Na faixa central, movimentando-se como meia.
Essa alternância de Sobis e Nico, deixando o tripé de volantes com mais tarefas defensivas, foi o pulo do gato do técnico Odair Hellmann. A defesa do Alianza se atrapalhou toda. Nunca achou nem um, nem outro. A entrada de Nonato, a partir de lesão de Patrick, qualificou ainda mais a transição. Quando D’Alessandro entrou na vaga de Porttker, mais ainda. Ao contrário das vezes anteriores, o Inter abriu o placar e não recuou. Seguiu buscando mais gols. Uma vitória consistente: novamente o roteiro desenhado por Odair aconteceu totalmente, em termos táticos e de estratégia, como se viu no Chile, embora lá sem uma atuação tão boa e equilibrado como a desta quarta-feira.
Uma volta de luxo da Libertadores ao Beira-Rio.