Escrevi aqui na coluna, ao revelar o churrasco de Fernando Carvalho e Abel Braga em Porto Alegre, que o Fluminense havia entregado um time jovem demais para o técnico encarar o Brasileirão, competição reconhecidamente competitiva e traiçoeira. Informei também que Abel estava preocupado.
Na primeira instabilidade mais acentuada, o grupo acusou o golpe e desabou na tabela. O risco de rebaixamento existe, e todos nós sabemos o que acontece quando um grande entra em crise existencial e vislumbra a queda.
Pois nesta terça-feira se soube o motivo para os dirigentes entregarem um time de meninos a Abelão, que por mais experiência acumulada em uma carreira vitoriosa e de perfil agregador, não tem como operar milagres.
É que vazou um áudio no WhatsApp do vice de futebol, Fernando Veiga, entregando a dura realidade que vem sendo experimentada desde o fim da mesada da Unimed.
Não há dinheiro para contratar ou bancar reforços com salários acima de R$ 20 mil. A certa altura do áudio da conversa que vazou, o dirigente do Fluminense diz, entre algumas críticas ao presidente anterior, Peter Siemsen:
– Hoje a gente tem receita de time pequeno, de Atlético-GO. Nós somos um dos maiores times do mundo, mas temos receita de time pequeno. Então como a gente contrata? Como a gente vai se reforçar?
O Fluminense é a face da crise para quem não se planejou e dependeu além da conta de mecenas.