Mayra Aguiar chega hoje a Porto Alegre na condição de bicampeã mundial no judô. É algo extraordinário. Quase inverossímil.
Sabemos todos que a estrutura brasileira para esportes olímpicos não dá nem para saída se comparada a de europeus e asiáticos, no caso do tatame. Traga esta realidade para os pampas e você terá o tamanho da proeza.
Vivemos de gênios, como a Mayra, e de raros clubes, como a Sogipa, que fazem ginástica (com o perdão do trocadilho) para manter talentos aqui. Sugiro duas estátuas, sem brincadeira. Uma para ela, claro. E outra para o seu técnico.
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Antônio Carlos Pereira, o Kiko, 31 anos de carreira, é pentacampeão mundial neste milênio: Tiago Camilo, João Derly (duas vezes) e Mayra (outras duas). Medalha em mundiais, Kiko tem nove.
É um Bernardinho do esporte gaúcho. Não sei se na própria Sogipa, talvez. Ou numa praça. Mas, desta vez, temos de caprichar na reverência e no agradecimento.
O que estes dois carregaram de pedra para ficar treinando em Porto Alegre, sem sair para o Rio ou São Paulo, não é brincadeira. Este segundo ouro mundial de Mayra Aguiar, tornando-a a primeira brasileira a chegar tão alto, tem contornos de lenda.
Estátuas: eles merecem.