O trabalho mais difícil foi feito: reverter as tendências históricas de elevação da criminalidade do Rio Grande do Sul. Em novembro, mais uma vez, houve redução nos principais indicadores, sobretudo nos crimes contra a vida e contra o patrimônio.
Há alguns anos – não tão distantes –, parecia impensável a redução expressiva nos homicídios e roubo de veículos, por exemplo.
Para os assassinatos, existe um indicado considerado razoável pela Organização Mundial da Saúde (OMS): 10 casos para cada 100 mil habitantes. O Rio Grande do Sul, em tempos recentes, chegou a perto de 30 homicídios por 100 mil habitantes. Deve fechar o ano entre 15 e 16 mortes por 100 mil habitantes. É praticamente metade do que já tivemos. Novo Hamburgo, por exemplo, fechará 2020 com 10,7.
Feito o trabalho mais difícil, agora as autoridades têm um outro desafio. Ou melhor, três.
1. Ampliar a integração e investimento, dando mais possibilidade de presença das polícias na rua (Brigada Militar e Polícia Civil) e nas investigações e operações (Polícia Civil). Houve inegável evolução, mas ainda tem espaço para aprimorar a integração e presença das forças policiais.
2. Depois que superar a pandemia de coronavírus, ano que vem, com mais gente nas ruas, é possível que o perfil de alguns crimes mude. Não se sabe se as medidas de restrição foram determinantes para reduzir alguns crimes. Com mais gente na rua em 2021, principalmente depois do primeiro trimestre, vai ser importante as policiais olharem para esse aspecto.
3. Acabar com a organização do crime que começa nos presídios. O sistema prisional ainda é uma incubadora de criminosos, um ambiente em que líderes de facções ainda continuam ditando regras. Num Estado que caminha para a consolidação de um quadro mais civilizado em segurança pública, a farra nos presídios não pode continuar.
O secretário de Segurança Pública e vice governador, Ranolfo Vieira Júnior, afirma que o grande desafio para 2021 é manter essas reduções trabalhando com o aprimoramento do programa RS Seguro, que até agora deu bons resultados.