A tormenta que sacudiu Porto Alegre na quarta-feira (15), a partir das 17h45min, varreu a Zona Sul, deixou uma parte da cidade sem energia elétrica e voltou a expor uma deficiência histórica da CEEE: a demora na regularização do serviço. Na manhã desta quinta (16), cerca de 15 horas depois do temporal, locais com postes caídos e vegetação arrancada ainda não haviam sido visitados por equipes da empresa.
Não são locais distantes, fora do eixo central da cidade. Áreas movimentadas, estratégicas na ligação entre um bairro e outro, como o Morro Santa Tereza, ficaram à margem do plano de ação da empresa. Cito apenas essa região pois sou testemunha da ausência de atendimento. Poderia discorrer sobre outras tantas que chegaram via ouvintes do Gaúcha Atualidade, nessa manhã. Não faltaram alertas sobre as possíveis consequências do temporal de ontem.
Duas horas antes, às 15h45min, a Defesa Civil de Porto Alegre emitiu comunicado chamando atenção para possibilidade de tempo severo. No mesmo momento, duas dezenas de municípios gaúchos eram atingidos por um apagão provocado por problemas de transmissão.
O diretor de Distribuição da CEEE, Giovani Francisco da Silva, garante que o melhor plano de ação possível foi colocado em prática, com cerca de 500 trabalhadores nas ruas apenas em Porto Alegre. Um serviço essencial como a energia elétrica precisa ter resposta mais rápida e eficiente pela empresa responsável pelo atendimento. Não bastasse a demora, durante toda a madrugada o serviço de atendimento via SMS da CEEE respondia de forma equivocada aos clientes que questionavam a previsão de retorno da luz. Um problema que o diretor admite ter ocorrido, mas que realça o despreparo para lidar com situações de crise.
É verdade que o temporal de ontem foi forte demais, mas não se tem notícia de um verão sem o rigor do tempo no Rio Grande do Sul.